Hoje acordei pensando muito no meu pai …..com muita saudade.
Me lembrei das ultimas vezes que estive com ele antes do seu falecimento.
Minha mãe faz aniversario em dezembro e no final de 2014 resolvemos reunir filhos, genro, nora e netos pra comemorar. Havia já uns dois ou três anos que a gente não conseguia reunir todo mundo. Mas eu comecei a organizar com antecedência e saí telefonando e mandando mensagem pra todo mundo. Fiz a intimação de presença sem aceitar recusas …rs
E agora percebo que foi ótimo isso ter acontecido, porque foi um momento de muita alegria, com muitos mimos e risadas.
Fiz uma surpresa extra para minha mãe e dei um presente pequenininho embalado em uma caixa gigantesca. Ela abriu a primeira caixa, tinha a segunda. Abriu a segunda caixa, tinha a terceira. Abriu a terceira, tinha a quarta e assim por diante. Foram umas 15 ou 18 caixas uma dentro da outra ate chegar ao presentinho minúsculo.
Meu pai, que nunca tinha visto esse tipo de brincadeira, riu muito. Riu de chorar. A cada nova caixa que minha mãe abria, meu pai gargalhava. E a risada do meu pai sempre foi silenciosa. Do tipo …..você só sabia que ele estava rindo se olhasse pra ele. O corpo sacudindo todo , a boca mostrando todos os dentes e a lagrima caindo ……rindo de chorar.
Ah, como foi bom ter proporcionado esse momento a ele …! Um homem sempre tão ocupado, tão preocupado com a igreja, quase não tinha tempo nem pra rir, que dirá pra chorar de rir. Então, nisso fico feliz …..porque fui a ‘culpada’ por esse momento de alegria pra ele.
Em janeiro eu tornei a ver meu pai, num momento de pouca alegria , porem , de paz e tranquilidade. Ele comeu o meu prato de comida, porque eu não quis e ele estava com fome, tadinho, já passava das 19 horas. Ofereci meu prato a ele com todo amor e ele aceitou. Fiquei conversando com ele e com minha mãe enquanto eles jantavam. Até que chegou o momento de ir pro aeroporto. Eu moro no Rio de Janeiro e eles, em São Paulo. Então, não tínhamos um contato pessoal diário, mas sempre nos falávamos por telefone e quando eu estava perto dele , aproveitava ao maximo cada instante.
E agora que só as lembranças ficaram, eu sigo em paz, na certeza de que mesmo não sendo a filha perfeita, fui aquela que trouxe o riso a ele muitas e muitas vezes …..isso alegra meu coração.

